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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Quem nunca saiu com uma pessoa a fim de esquecer outra, pode dar o fora, aqui não é o seu lugar.



Nota-se que cometi esse fato, ou estou cometendo, ou irei cometer ou quero, não tem como escrever sobre coisas complicadas, de serem sentidas se realmente não estiver completamente complicado mentalmente. Eu não poderia estar sentindo a falta de ninguém me desprezando, isso não é o certo, tudo o que passei até aqui já estava de bom tamanho. Foi aí que eu errei.

'Às vezes o certo parece errado e o errado parece o certo, isso nunca lhe aconteceu antes?'

As pupilas dilatando de vontade de morder aquele lábio dele, talvez eu esteja omitindo isso com medo do usual inquérito. Eu sou uma pessoa boa, juro eu me sinto boa, eu faço bem. Talvez faltem algumas coisas confesso, como meu TCC mal formado, meu quarto como sempre desarrumado, mas o que eu posso garantir para todos é que não falta uma pilha de livros, que certamente impressionaria um garoto como ele. Ele me acha fútil, esse é o problema! Já ele é esperto e bonito, fatores que me fizeram pensar desde quando o vi pela primeira vez.

Nossa escrevendo aqui agora, soltando o coração ao som de alguma música que eu não sei o nome mas peguei do play list do Gabito Nunes, que confesso pago pau e me casaria no domingo, eu percebo que tenho tanta coisa pra escrever, mas com um medo danado de que meu texto fique enorme e que ninguém leia. Enfim... Continuando.

Ele sorri fácil isso eu já notei, então penso em qual tipo de piadinha asquerosa vou fazer, eu sou daquele tipo que não é bonita mas é bem legal sabe? È engraçado conversamos como velhos amigos e eu só sei o nome dele, tenho dúvidas ainda de como se escreve o sobrenome, bom eu sei que trabalha também, mas não é nada que faça alguém assim ‘ficar realmente a fim’.

Não quero relaciona-lo a canções ou personagens da minha leitura. Sério, não penso em perder nenhum minuto formulando diálogos que não saíram conforme ensaiados, quando eu estou com ele é sempre assim. Acredite, tenho fortes motivos para frear esses pensamentos.

Pergunto-me agora quantos livros a gente precisa realmente ler até saber o que sentir quando encontra alguém? Eu tenho mais um problema, eu não sou boa em transmissões de pensamentos assim, ao vivo, me entende? Eu sempre erro, não confio em mim...  Eu já tentei deixar bilhetes escritas coisas legais (particularmente) e com um simples numero de telefone ali no cantinho, o que seria muito útil se ele fizesse a linha do cara que liga, mas ele não faz.

“Quando você me olha, posso ver na íris que você é um cara legal, de verdade acredite em mim mesmo não acreditando em você. Me transparece um cara descente, é por isso que eu estranhamente me sinto bem quando estou com você. Mas eu não gosto quando caras legais se esforçam para fazer papel de idiotas. (9800- **-**)”

Tá a gente até pode ser amigos, já que é isso que você quer, mas seremos o pior tipo de melhores amigos do mundo, eu vou fazer questão de provar isso.

Estou sentindo em mim um raro momento de maturidade e pretendo segurar essa sensação, até porque qualquer esperto consegue ver que a coisa não vai dar em nada, que a coisa toda vai morrer antes de chegar ao fim.


“Não existe amor, apenas livros sobre o amor.”

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Paz



Tenho trabalhado tanto, mas sempre penso em você. Mais de tardezinha que de manhã, mais naqueles dias que parecem poeira assenta e com mais força quando a noite avança. Não são pensamentos escuros, embora noturnos… Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você. Eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende? Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu. Mas se você tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais — por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia — qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido. Tinha terminado, então. Porque a gente, alguma coisa dentro da gente, sempre sabe exatamente quando termina. Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas. Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo. Mesmo que a gente se perca, não importa. Que tenha se transformado em passado antes de virar futuro. Mas que seja bom o que vier, para você, para mim. Te escrevo, enfim, me ocorre agora, porque nem você nem eu somos descartáveis. … E eu acho que é por isso que te escrevo, para cuidar de ti, para cuidar de mim – para não querer, violentamente não querer de maneira alguma ficar na sua memória, seu coração, sua cabeça, como uma sombra escura.